domingo, 17 de abril de 2011

dor da solidão ...

         Não calculas a falta e o vazio que eu sinto, a falta das conversas do MSN, a falta dos poemas, a falta de tudo, de tudo e mais alguma coisa… Sinto a falta de tudo o que foi e não voltará.
            Quando no dia oito de Setembro, ela , a tua mãe me disse por estas palavras: “Inês, eu sei que vai ser difícil suportar isto, falo por experiência de amor de mãe, mas … o Alexandre morreu”. Foi então, que pelo meu rosto escorregaram lágrimas, lágrimas que dia após dia voltavam, pois não era alguém indiferente, era o meu melhor amigo e não era alguém com 98 anos, eram apenas 14 .
            Lembrei me então de todos os dias, quando falávamos, falavas me dos teus problemas, de como era complicada a tua vida, de como eram cruéis todos aqueles que queriam ser tratados por ti de “amigos”, mas que no final de tudo eram apenas “amigos” pela frente. A tua vida já não fazia sentido, não tinhas amigos e os que diziam sê-lo tinham interesses, não eram teus amigos pelo que eras, mas sim pelo que tinhas.
            Até que chegou o dia em que disseste que gostavas de mim, gostavas de mim mesmo, já eu … não poderia dizer o mesmo, o meu coração estava preenchido por outra pessoa, pela qual ainda hoje está. Não te desprezei, apenas fui sincera no que sentia e expliquei que não te queria magoar e a melhor forma de não o fazer era dizer te a verdade e não iludindo te de um sentimento que não sentia.
            Na altura em que tudo aconteceu estavas no Algarve, onde todas as noites (umas vezes sozinho, outras com o teu irmão) iam para o mar a altas horas da noite, sem que mais ninguém soubesse. Ficava feliz, até porque tal como me contaste, quando entravas dentro de água, sentias que não havia problemas à tua volta, era como se tudo fosse perfeito.
            O que mais me transtornou com esta morte, foi que no meio disto tudo, tu ainda gostavas de mim. A causa de mais uma das tuas desilusões, fui eu , foi o motivo de eu não gostar de ti da mesma maneira que tu de mim. Sinto me culpada por tudo isso ! Sinto me culpada por não te ter impedido de fazer o que fizeste.
            O que realmente me custa mais, o mais difícil, é aceitar que estas saudades que sinto não vão passar nunca, que o aperto no peito não vai passar nunca, acontecer o que aconteça. A tua ausência constante permanecerá eternamente na vida de todos aqueles que gostavam de ti. Mais cedo ou mais tarde, talvez um dia pode ser que consiga lidar um bocadinho melhor com a tua ausência, mas não será fácil.
            Por vezes, na minha ingenuidade, pego no telemóvel, para te enviar uma mensagem ou te ligar … mas quando chego à conclusão que nunca será entregue … desato a chorar :’(
            Não é uma simples borracha que vai passar por cima de todos os momentos e conversas e apagá – las. Sei que nunca irás ler este texto, pois a tua ausência deste mundo não o permitirá, mas nunca vou deixar de pensar em ti antes de me deitar nem de me lembrar de todas as nossas conversas . 

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