domingo, 3 de julho de 2011

leva-me contigo

           


            Querida Mary,
            ( Esta provavelmente é a última carta que te irei escrever, não vou começar com despedidas, mas sim vou contar o que se está a passar momentaneamente ) .
            A tua respiração indicava que o fim estava próximo, mais próximo do que eu esperava, não só o teu fim, mas também o meu. Tremeliquei a medo, medo da solidão, medo que a morte nos separe, medo de não estar a teu lado sempre, medo de ficar cá e tu partires. Se por brincadeira me perguntasses se partiria contigo, responderia que sim, sem sequer olhar para trás, mas agora percebo que não é apenas por brincadeira, eu sim quero partir contigo.
            Tu … estavas nos meus braços, sentia que o fim estava mesmo próximo, estávamos ali os dois sós, à espera que a morte nos levasse, aos dois. O teu sangue estava completamente gélido, assim como a noite que estava lá fora. Quando casámos, perante o pároco jurámos: “até que a morte nos separe”, mas não, nem a morte nos irá separar, quando morreres eu quero ir contigo, vivo ou não eu quero estar a teu lado eternamente !
( Apesar de escrita na primeira pessoa, quem eu tinha nos braços era a tua irmã, a Catherine) .
            Beijinhos, do teu cunhado e da tua irmã .
( inventado )

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